domingo, 23 de janeiro de 2011

Arte de escrever

 


A forma de se escrever no Japão também é bastante peculiar. A escrita é feita da direita para a esquerda (assim como a leitura), ao contrário do modo ocidental de se escrever, que é da esquerda para a direita. As linhas de cadernos e jornais, por exemplo, também ao contrário do modelo ocidental, são verticais. Assim, as linhas são preenchidas com os símbolos da direita para a esquerda e de cima para baixo.

Já os kanjis necessitam de um cuidado especial para serem pintados. Pintados, pois são, na maioria das vezes, escritos com tinta nanquim em papéis especiais. Cada traço deve ser feito em uma ordem correta e a força do pincel no papel também varia. É uma verdadeira arte da escrita.

Ainda hoje os japoneses tentam preservar essas tradições. Apesar de também utilizarem os símbolos romaji em seu dia-a-dia (em fachadas de estabelecimentos e nomes de produtos, por exemplo), o povo japonês ainda mantém costumes milenares de sua cultura e, um deles, é esta forma bela e única do simples ato de escrever.

alfabeto

 Os alfabetos japoneses tiveram origem no chinês e, assim, foram adaptados e transformados em Katakana, Hiragana e Kanji. Mesmo com a adaptação e o passar dos tempos (estima-se que o primeiro alfabeto japonês tenha surgido no século IV), ainda há muita semelhança entre caracteres chineses e japoneses.


Uma curiosidade do alfabeto japonês é a inexistência de encontros de consoantes como “BR” e “TR”, por exemplo. Por ser escrita (e falada) silabicamente, esses encontros consonantais acabam sendo decompostos em sílabas com vogais. A palavra “Bra-sil”, por exemplo, em japonês, vira “Bu-ra-ji-ro”. Além da decomposição de “BR”, o “S” com som de “Z”, no caso, é substituído pelo “J”.

 Há três maneiras de se escrever o japonês, em Hiragana, Katakana e o Kanji. Esses três alfabetos são utilizados para se comunicar no Japão e cada um tem suas peculiaridades.

O Hiragana tem 48 caracteres que representam cada um, uma sílaba. Para escrever uma palavra trissílaba (com três sílabas) em Hiragana, por exemplo, utilizam-se três caracteres. É o alfabeto mais utilizado no Japão.

O Katakana é muito semelhante ao Hiragana: também possui 48 caracteres que representam sílabas. Em ambos os alfabetos, cada caractere representa um som (como “ka”, a junção do som de “k” e a vogal “a”) . A principal diferença entre eles é que o Katakana é utilizado para escrever nomes de países, palavras de origens estrangeiras ou ocidentais e também nomes de produtos e onomatopéias.

Já os mais de 40 mil kanjis formam um alfabeto completamente diferente dos dois acima. Mais que um alfabeto, o Kanji é um conjunto de símbolos que representam idéias, conceitos, e podem ter mais de um significado. Apesar do número extenso de caracteres existentes, é necessário saber 1.945 deles para ser considerado alfabetizado no Japão (é o número de kanjis ensinado nas escolas). Portanto, pode ser que um japonês adulto e alfabetizado se depare com kanjis que não conheça ao longo de sua vida.

Assim, um kanji, ou ideograma, é uma “imagem pictográfica” do que se quer dizer. Então, a partir de um simples “radical” (um traço específico) pode-se decompor vários significados, o que torna o aprendizado mais simples. Por exemplo:

 

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